domingo, julho 30, 2006

Que cachorrada

Sentei para escrever meus contos, mas o cachorro do vizinho afugenta minhas palavras. Tento me concentrar. Mas o orelhudo por trás do muro não deixa. Está furioso porque os donos saíram. E como os donos não param em casa, o cão está sempre a reclamar. Late sem parar. Dia após dia. Embaixo da minha janela. A única coisa que ele consegue é me irritar. Fica ele irado de um lado e eu do outro. Incapaz de escrever uma só linha que preste. Pra desabafar estou aqui, teclando sobre ele. Um dia dei bronca. Não adiantou. Outro conversei com ele, com voz doce. Vai que era carência, um pouquinho de atenção resolveria...Que nada. Desisto de escrever meus contos. Esse dedinho de prosa aqui no blog tudo bem, é pensamento vazando para os dedos depois para as telas. Mas conto não dá....

Quinta-feira, na oficina literária, o José Castello disse que o escritor tem aquele momento de suspensão. Aquela busca, aquela procura por algo que já está dentro dele, mas ele ainda não encontrou. Falou de um amigo que costuma andar pela sala, horas a fio, até encontrar sobre o que escrever.

Estava eu aqui, no meu momento suspensão. Sabe quando você sente necessidade?. Acha que está inspirada? Mas o Petruchio – acreditem, esse é o nome do cachorro do vizinho – resolveu que era dia dele soltar o verb0.

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