domingo, março 04, 2007

Crime e Castigo


Sigo firme e obstinada na missão de transpor os anos de ignorância literária e mergulhar nos clássicos que deixei de ler. Acabo de concluir Crime e Castigo, depois de exatos 1 ano e meio em minha cabeceira. É um livro pertubador e por isso mesmo tantas vezes o mandei para o final da fila, privilegiando leituras mais amenas. Por fim, persisti. Vi outro dia alguém dizendo que não se aprende com livros, mas tem-se uma experiência. Minha sensação é a de ter mergulhado num fosso sufocante, pequeno, úmido - como o porão onde o Raskolnikóv morava - e de ficar me debaendo para encontrar uma saída. E no último instante, com poucas esperanças, uma luz me tirou desse buraco. Esforço-me para não cair na conclusão simplista de que o amor, afinal, redime. Ele, de fato, redime. Mas a coisa não é tão simples. Será que Dostoievski quis dizer que no fundo somos todos "piolhos" e que o esforço para pairar acima do bem e o mal, com coragem para agir como se bem entende é inútil? Seríamos todos piolhos, sempre, em qualquer cirscuntância? Ainda não quero racionalizar. Quero curtir a experiência dessa obra, que mais tarde, vou reler para tentar entendê-la. Por enquanto sigo impregnada por esses personagens que, em algum momento de minha vida, sou capaz de encontrar dentro de mim. Especialmente as mulheres. Todas. A louca, a abnegada, a crédula - na alternância dos meus sentimentos e na maneira de reagir à vida. Volto ao tema outra hora, já refeita dessa emoção.

Um comentário:

SÍLVIA OLIVEIRA disse...

Nóóóóssa! Que lindo esse visual!
Você recebeu meu e-mail sobre o Chile? Beijos!