domingo, dezembro 17, 2006

Mundo a parte

Estávamos num agradável restaurante com mesas no jardim, à sombra de árvores, quando ela apareceu. Sabe uma típia perua na faixa dos 60? Topete loiro, óculos maior que o rosto, bolsa com alça dourada, e muita, muita maquiagem? Eis que ela entra empurrando um carrinho-chique-de- bebê, atravessando o jardim sobre olhares atônitos. Desfilava sua ignorância e falta de contato com a realidade. No carrinho-chique-de-bebê, o nenê era um cachorro. Isso mesmo, ela levou para o restaurante um cachorro em um carrinho de bebê, com caminha cor-de-rosa dentro e outros mimos para o "netinho".
É impressionante, mas tem gente que trata bicho como gente. Até melhor. E tem gente que vive numa ilha como essa senhora, cujo dinheiro em excesso reverte-se em excentricidades como essas. Coisa de quem literalmente não tem o que fazer. E leva uma vida medíocre sem se dar conta...
De vez em quando recebo e-mails de pessoas que protegem animais. Até aí tudo bem, a intenção é boa. O problema é que são mensagens desesperadas, do tipo "salvem esse neném". O neném não é um dos tantos que vivem nas ruas, em baixo de viadutos ou em casas de papelão. Não são esses nenéns que pertubam essas pessoas. São os cachorros de rua, que vão "virar sabão" e não os meninos de rua que talvez não passem nunca da infância...
Isso me faz lembrar aquela música do Eduardo Dusek: "troque seu cachorro por uma criança pobre".... É isso!

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