sexta-feira, agosto 18, 2006

O banheiro

O banheiro fica numa casa bem atinga, transformada em QG de um grupo especial de jornalistas. Pouca coisa mudou na casa. E o banheiro resiste como um cômodo de museu. Dizem que a antiga proprietário morreu ali. Não sei. Os azulejos são azuis, azul piscina ou azul calcinha, não sei como se diz. E tudo é azul. O piso, com uns enfeitezinhos, a privada, a pia, o bidê, a banheira de pezinho e uma peça que eu não consegui identificar: seria uma mini-banheira, um lavatório para pés ou nada disso? E o chuveiro é cercado por uma barras metélicas arredondadas. Não sei para que servem. Nunca tinha visto nada igual. Nem em museu. Dizem que era para esguichar águas pelos lados. Mas não vi nenhuma torneira ou oríficio para essa finalidade. Lembrei da casa do Santos Dumont, em Petrópolis, onde ele criou uma engenhoca para poder tomar banho (naquela época não tinha chuveiro elétrico). Era um mecanismo manual que acionava um balde e a água então jorrava pelo seu corpo.
Pois nessa casa de jornalistas o banheiro resiste. Penso que já foi muito chique. Minha amiga disse que era chamado "sala de banho". Nada a ver com esses cúbilos atuais onde mal cabem a privada e o box. O bidê foi substituído pela duchas higiênicas. E é tudo muito "clean". Os azulejos coloridos ou decorados caíram em desuso. São mesmo como peças de museus. Mas curiosamente eu fiquei feliz em entrar num banheiro assim. Penso que frequentá-lo é um acontecimento.

Vou ver se arrumo uma máquina e ponho aqui uma foto.

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