sexta-feira, agosto 18, 2006

O incêndio

Não sei porque lembrei de um incêndio que teve num escritório ao lado da minha casa. Eu tinha uns cinco, seis anos. Minha casa ficava nos fundos de uma pastelaria. Um corredor lateral levava para o imenso quintal com figueira, limoeiro, abacateiro, roseira e as árvores e flores de minha infância. Um monte de curiosos invadiu nosso quintal. A platéia ficou ali, admirando o fogo. Eu estava apavorada. Temia que o fogo pegasse carona nos fios de eletricidade para chegar a minha casa. Felizmente nada de grave aconteceu. Mas no meio daquele monte de intrusos tive que suportar uma menina bricando em meu balanço. Eu disse que era dona da casa, que aquela balanço era meu (ou será que não disse? que fiquei só em pensamento?). A menina não saiu. Eu fiquei ali, morrendo de ciúmes, olhando uma estranha se apossar do meu balanço de ripas coloridas. Acho que era vermelho, amarelo e verde. Ou será que tinha azul também?

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